Nesta nova fase da vida humana conhecemos práticas do passado que não vão dar conta do recado, isto vai modificar profundamente a forma de o homem ver a natureza. A prática predatoria constante que vem ocorrendo tem que ser revista ou estaremos diante de um impasse. O trabalho voluntário que faço nesta parte de São Paulo é um trabalho de cidadania, baseado nas práticas pacíficas de defesa da cultura como um todo, preconizada pelos povos indígenas brasileiros, por Thoreau, por Gandhi e muitos outros pensadores e humanistas. Cada pessoa deste processo participa de acordo com seu potencial próprio e o diálogo acaba se tornando a via final de execução do projeto como um todo. Assim, o vejo como um projeto de paisagem com especies nativas de uma praça urbana, enfrentando todas as mazelas e a falta de cuidado que os orgãos públicos têm em relação aos indivíduos. E isto faz parte de um problema mundial ligado às piores desgraças do mundo moderno, como a fome, a miséria, a guerra, a saúde pública e principalmente a ignorância que ronda as relações internacionais. Quando digo isso, falo porque o Brasil - como detentor de grande parte das florestas que sobraram na Terra, lugares que a suposta civilização ainda não tomou conta - tem a enorme responsabilidade de conservar seus tesouros naturais. O movimento civil de conservação urbana é feito - e isto é muito importante - pelas pessoas que vivem em volta da praça e dada a vivência destas pessoas em relação ao lugar e o seu envolvimento com os problemas que isso acarreta. Outro ponto importante é a escolha das mudas das árvores que serão plantadas, pois elas trarão para a cidade a fauna correspondente. Hoje, depois de 26 anos de atividade do grupo, já aparecem uma dezena de especies comuns e um papagaio verdadeiro, um tucano e duas especies de picapau, o que mostra que começa a ter alimento para estes pássaros.Outra característica importante é a organização do grupo, que tenta sempre agregar as diferentes opiniões que vão surgindo. Tudo isso, e rejeitando a autoria deste processo tão rico, me despeço.

(Rubens Matuck)

http://www.youtube.com/watch?v=AW9So5ky-38