12 ottobre 2010

Árvores de produção



Texto de Pedro Nuno Teixeira Santos, publicado pelo blog português A Sombra Verde.

Como escrevi na resposta a um comentário, de um texto anterior, muitas árvores são mal podadas, porque as empresas que executam esses trabalhos não possuem técnicos qualificados para tal tarefa. O que, por sua vez, deriva do facto das autarquias atribuírem essas empreitadas às empresas que apresentam o orçamento mais baixo, mesmo que se trate de empresas que nada têm a ver com árvores e espaços verdes, em detrimento dos verdadeiros profissionais do sector.

Mas esse nem seria o verdadeiro problema, se os cidadãos, posteriormente, se revoltassem com a forma como as árvores das suas cidades são podadas. No entanto, por ignorância, a maioria das pessoas, apesar de gostarem de árvores, acham estas podas normais e até essenciais para a sobrevivência e vigor das mesmas.

Este facto, no meu entendimento, tem uma explicação muito simples, que tem a ver com a cultura europeia, nomeadamente na dimensão do nosso relacionamento com o mundo rural. Na nossa cultura, as árvores são vistas, quase que exclusivamente, há centenas e centenas de anos, como elementos produtivos. Ou seja, a árvore na cidade é vista como se fosse uma extensão da árvore no campo, onde esta necessita de ser podada para fornecer aquilo que o ser humano precisa, quer seja um determinado fruto, quer seja madeira, por exemplo.

Este conceito de árvore de produção (ou "pollard" em terminologia inglesa) está muito bem representado neste quadro de Van Gogh, que representa o aspecto típico de uma árvore num campo agrícola europeu.

O verdadeiro problema é que as árvores nas cidades têm outra função e não necessitam desse tipo de podas: Porque é que, simplesmente, não as abatem? (texto do blogue da Árvores de Portugal.)

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